Haruta é o nome dado à figura da prostituta da Babilónia e também significa ‘liberdade’ em hebraico. In Esther Perel, “Mating in Captivity”, p. 175
Eu não sou estudiosa do Talmude, mas reza a história que Rabbi Hiya Bar Ashi estava no seu jardim a implorar a Deus para o livrar da tentação (sexual, pois claro), e a sua mulher o ouviu. Como já havia passado anos sem sexo entre os dois ela resolveu disfarçar-se de Haruta e tentar Bar Ashi. Ao aproximar-se deste ele faz-lhe uma proposta, das indecentes. Ela aceita e pede uma romã do seu jardim como pagamento. Ao chegar a casa encontra a mulher a preparar o fogo para aquecê-los pla noite e não vai de modas, atira-se lá para dentro. A mulher impede este suicídio e conta-lhe que Haruta era na verdade ela mesma, e que não havia pecado, ao que ele responde “Eu, porém, queria o proibido” – que é como quem diz, pequei sim senhora, que na minha cabeça eras outra e isso já é suficiente.
Quais são as vossas reflexões sobre esta bonita parábola sobre pecado e transgressão no pensamento judeu? Além, claro, do facto de a mulher de Bar Ashi não ter nome (as culturas cristãs e judaicas cruzam-se em muitos pontos). Se alguém conhecer mais detalhes sobre Haruta contem-me, não consigo encontrar grande coisa e parece uma figura interessante.